Simone Tebet em momento descontraído com sua família
Vida Pessoal 28 de Janeiro, 2025 Por Ana Paula Mendes

Além dos Holofotes: A Vida Familiar e Hobbies de Simone Tebet

Conhecemos Simone Tebet como uma das figuras mais influentes na educação cultural brasileira, mas quem é a pessoa por trás da educadora? Neste artigo especial, mergulhamos na vida privada de Simone, revelando os hobbies, paixões e momentos familiares que moldaram sua personalidade inspiradora e alimentam sua criatividade longe dos holofotes.

Raízes Familiares Profundas

Nascida em uma família de educadores apaixonados por literatura, Simone cresceu em um ambiente onde a cultura era vivida diariamente. Seu pai, Pedro Tebet, professor de literatura brasileira, e sua mãe, Márcia Tebet, bibliotecária, criaram um lar onde livros eram tão essenciais quanto o pão na mesa.

Casada há 27 anos com Roberto Campos, arqueólogo e professor universitário, Simone construiu uma família que reflete seus valores. O casal tem duas filhas, Luísa (25) e Helena (22), ambas seguindo caminhos ligados à cultura – a primeira como cineasta documentarista e a segunda como estudante de antropologia.

"Minha família é meu porto seguro e meu laboratório de ideias. Muitos dos projetos que desenvolvi nasceram de conversas à mesa de jantar ou durante nossas viagens pelo interior do Brasil."
— Simone Tebet, em entrevista à revista Casa & Jardim, 2023

A Fotógrafa Amadora dos Quintais Brasileiros

Simone Tebet fotografando em um quintal rural tradicional
Simone registrando um quintal tradicional em Nova Alvorada do Sul (MS), parte de seu projeto pessoal "Quintais do Brasil".

Poucos sabem, mas uma das grandes paixões de Simone é a fotografia documental. Há mais de 15 anos, ela mantém um projeto pessoal chamado "Quintais do Brasil", onde registra quintais tradicionais de diferentes regiões do país, documentando plantas medicinais, técnicas de cultivo e a relação das famílias com esses espaços.

O que começou como hobby transformou-se em um acervo de mais de 5.000 fotografias, que já rendeu duas exposições beneficentes, cujos fundos foram revertidos para projetos culturais em comunidades rurais. Simone nunca buscou reconhecimento profissional como fotógrafa, mas seu olhar sensível revela muito sobre sua capacidade de valorizar saberes muitas vezes invisibilizados.

Entre Ervas e Flores: A Jardineira Dedicada

Quando precisa desconectar-se do mundo, Simone encontra refúgio em seu jardim de ervas e flores nativas brasileiras. Na varanda de seu apartamento em São Paulo e no quintal de sua casa de campo em Bonito (MS), ela cultiva espécies como ora-pro-nóbis, manjericão roxo, ipê-amarelo em miniatura e bromélias.

A jardinagem, segundo ela, funciona como meditação ativa e fonte constante de aprendizado. Para Simone, acompanhar o ciclo de crescimento das plantas é uma lição de paciência que aplica a seus projetos educacionais – semear, nutrir e esperar o tempo certo para colher resultados.

Nas Páginas dos Livros: A Leitora Voraz

Herdando o amor pela literatura de seus pais, Simone mantém o hábito de ler ao menos um livro por semana, alternando entre literatura brasileira contemporânea, estudos antropológicos e biografias de educadores. Sua biblioteca pessoal, com mais de três mil volumes, é organizada não por autor ou tema, mas por regiões do Brasil – um reflexo de sua visão integrada da cultura nacional.

Os Livros Favoritos de Simone

  • Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa
  • Educação como Prática da Liberdade de Paulo Freire
  • Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto
  • O Povo Brasileiro de Darcy Ribeiro
  • As Mulheres de Tijucopapo de Marilene Felinto

As Viagens que Poucos Conhecem

Se há um luxo que Simone permite-se são suas viagens anuais de "imersão cultural". A cada janeiro, ela e a família escolhem uma região do Brasil pouco conhecida turisticamente para passar duas semanas, sem agenda de trabalho ou compromissos, apenas vivenciando o cotidiano local.

Essas viagens já os levaram a comunidades ribeirinhas na Amazônia, pequenos povoados no sertão nordestino e comunidades quilombolas em diferentes estados. Mais que turismo, são expedições etnográficas informais que, segundo ela, renovam sua percepção sobre a diversidade cultural brasileira.

A Cozinheira Experimental

A gastronomia brasileira tradicional encontra em Simone uma estudiosa entusiasmada. Nos fins de semana, sua cozinha transforma-se em laboratório onde ela recria receitas tradicionais com ingredientes nativos que estão caindo no esquecimento.

Seu caderno de receitas, herdado da avó e constantemente expandido, é um documento vivo da gastronomia brasileira, com anotações sobre a origem cultural de cada prato e suas variações regionais. Para ela, cozinhar é uma forma de preservação cultural tão importante quanto seus projetos educacionais formais.

Uma Vida que Alimenta o Trabalho

Ao conhecermos estes aspectos da vida pessoal de Simone Tebet, entendemos melhor a autenticidade e paixão que transparecem em seu trabalho profissional. Sua capacidade de valorizar o aparentemente comum e encontrar riqueza na diversidade cultural brasileira não vem apenas de estudos acadêmicos, mas de uma vida vivida com curiosidade genuína e profundo respeito pelas tradições que sustentam nossa identidade.

Como ela mesma costuma dizer, "não se pode ensinar a amar o que não se conhece intimamente". E Simone conhece o Brasil não apenas pelos livros, mas pelos quintais, pelas mesas e pelos caminhos menos percorridos.